Primeiras confluências: O que realizamos juntos até aqui

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Um resumo das ações e atividades ao longo dos primeiros meses de Confluentes                                                                          

Foi em outubro de 2019 que nosso projeto saiu do papel. No dia 10 daquele mês, a colunista Sonia Racy noticiou no jornal O Estado de S. Paulo: “Diretora do Instituto Betty e Jacob Lafer, Inês Lafer apresenta um novo modelo filantrópico”. Confluentes estava, enfim, pronto para conectar pessoas, ideias, ideais e organizações dedicadas a reduzir as desigualdades no Brasil.

Um mês depois, fomos para rua. O lançamento oficial do Confluentes aconteceu no dia 13 de novembro, na FutureBrand São Paulo, na Vila Madalena, com palestra do cientista político e professor Carlos Melo e pocket show da cantora francesa Anaïs Sylla. Na véspera, a Folha de S. Paulo contou todos os detalhes:

“O programa propõe diferentes faixas anuais de apoio financeiro feito por pessoas físicas. O valor investido será revertido e dividido igualmente entre organizações atuantes em causas que visam a redução das desigualdades no país, tais como segurança pública, tecnologia para o bem público e equidade racial e de gênero. (…) Além de contribuir socialmente e ampliar sua rede de contatos, os apoiadores –ou confluentes– recebem benefícios exclusivos. Eles serão convidados para eventos temáticos, encontros com lideranças políticas e sociais, conversas com artistas e visitas às ONGs financiadas. Também poderão participar de um clube de leitura e ter o nome identificado no site da iniciativa.”

E muitos confluentes logo bateram à porta. Cristina Penz, Mariana Arruda Botelho, Augusto Arruda Botelho e Thiago Fenilli são alguns dos que deixaram depoimentos em nosso site. Taki Cordás também se juntou a nós, em seguida convidando Inês Mindlin Lafer para um incrível bate-papo ao vivo em suas redes sociais.

 

Bate-papos e artigo na Folha de S. Paulo

Os encontros virtuais, aliás, foram um modelo a que nós – e o mundo inteiro – precisamos nos adaptar a partir de março de 2020. Bem no momento que preparávamos os primeiros encontros entre confluentes e autoridades, acadêmicos, artistas e outras pessoas que estão de alguma forma pensando e agindo por um mundo mais justo, foi decretada a pandemia. Ficamos todos em casa, transferindo o primeiro bate-papo para o Zoom. E, mesmo com todas as limitações, foi incrível. No dia 23, as jornalistas Natália Viana e Patrícia Campos Mello se juntaram ao cientista político Sérgio Abranches para conversar conosco sobre “A saúde da democracia em tempos de pandemia”.

Naquele momento, a filantropia se tornou ainda mais necessária. No dia 12 de abril, Inês participou de uma Live do Saber, da Casa do Saber, sobre filantropia em meio à pandemia. “Para enfrentar a crise humanitária que estamos vivendo, além de políticas púbicas, precisamos de muita inteligência, criatividade e trabalho por parte das organizações da sociedade civil. É necessário demonstrar o impacto da filantropia, gerar confiança em relação às doações e saber propor alternativas que façam sentido para enfrentar os desafios que teremos daqui para a frente”, afirmou em entrevista ao jornalista Mario Vitor Santos, diretor da instituição.

Dois dias depois, Inês publicou um artigo na Folha de S. Paulo para se aprofundar na questão da filantropia estratégica. “A filantropia para causas estratégicas reconhece a importância da doação para o atendimento das necessidades imediatas, mas não deixa de olhar para a ação sistêmica e de longo prazo”, escreveu. “Também não pode, nem deve, restringir-se à atitude de filantropos milionários, fundos internacionais engajados em causas sociais, institutos e fundações empresariais ou empresas socialmente responsáveis.”

 

Organizações apoiadas no combate à Covid-19

Nossas organizações apoiadas também se voltaram para a Covid-19 e seus efeitos. Logo no início da pandemia, o Coletivo Papo Reto se posicionou na linha de frente de uma articulação nacional de favelas e periferias, mobilizando contatos e doações. Já o CEERT abordou em lives e artigos questões como o impacto do vírus nas comunidades mais vulneráveis, os pactos da branquitude na crise, reflexões raciais sobre os sistemas de saúde, econômico, político e tecnológico dos países africanos e a capacidade de resposta na gestão de pandemias.

O Olabi, por sua vez, democratizando a produção de tecnologia na busca de um mundo socialmente mais justo, conectou diversas iniciativas cidadãs de produção de equipamentos de proteção. O Vetor Brasil, que trabalha para transformar o setor público, elaborou um plano de ação para apoiar os membros de sua rede, sensibilizando a importância de olhar para a saúde mental das equipes e do desenvolvimento de competências com comportamentais para lidar com contextos de crise. E a Agência Pública fez centenas de reportagens sobre o tema e criou o podcast “A vida nos tempos do Corona”, apresentando histórias das vítimas da Covid-19 para mostrar que existem vidas por trás de dados e estatísticas. E muitas outras ações se seguiram.

 

Novos encontros e clube de leitura

Por aqui, as atividades também não pararam. Em 15 de maio, chamamos Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, para mais um encontro. “Fico feliz porque o espírito solidário é muito maior hoje do que já foi, embora a ordem de magnitude das necessidades ainda nos deixa aquém do que realmente precisamos. Mas sairemos desta crise mais solidários”, disse.

No mesmo mês, trouxemos Celso Athayde, da CUFA (Central Única das Favelas), e Raull Santiago, do Coletivo Papo Reto, organização apoiada pelo Confluentes, para conversar com a gestora Carolina Arruda Botelho sobre o papel da sociedade civil em meio à pandemia e a desigualdade. “Este é um momento de reflexão, mas não podemos nos contentar em apenas refletir. As favelas estão dando um exemplo de solidariedade, humanidade e responsabilidade em meio à pandemia”, afirmou Celso. Raull concordou, detalhando a forma como a pandemia expôs uma desigualdade gritante e absurda. “A participação da sociedade civil tem sido o grande vetor de um impulso de reflexão sobre como podemos reduzir a gravidade do que tem acontecido”, completou.

Fechando o ciclo de encontros do primeiro semestre, em junho recebemos (on-line, como sempre) Francisco Brito Cruz, codiretor do InternetLab, Sidarta Ribeiro, neurocientista, e Silvana Bahia, diretora do Olabi, organização apoiada pelo Confluentes que trabalha com inserção de pessoas no mundo do trabalho através da tecnologia, para mais um encontro temático aberto a todos os confluentes. Os três convidados, todos dedicados – de maneiras diferentes e complementares – à ciência e à tecnologia, falaram de fake news, o papel das plataformas digitais, o debate público nas redes, privacidade, democracia e o impacto de tudo isso em nossas subjetividades.

Junho também foi o mês de nosso primeiro clube de leitura. Os confluentes se reuniram para debater A noite da espera, grande romance de Milton Hatoum que retrata a formação sentimental, política e cultural de um grupo de jovens na Brasília dos anos 1960 e 1970.

 

Hoje e amanhã

Até aqui arrecadamos um total de R$ 88.169, valor inteiramente repassado às cinco organizações que apoiamos. Muito mais está por vir nesta reta final do ano. E por isso mesmo acabamos de lançar um newsletter, a ser enviada mensalmente a nossos colaboradores e parceiros com informações sobre o Confluentes, as organizações apoiadas e outras notícias sobre o mundo da filantropia.

Agradecemos demais a quem nos acompanhou até aqui. Esperamos que logo seja possível, finalmente, realizarmos nossos encontros presenciais com a tão fundamental troca de olhares. Mas seguimos juntos, confluindo, por enquanto, neste mundo virtual – mas com resultados muito, muito reais.

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