#EuSouConfluente: Paulo Dalla Nora Macedo

“Filantropia é mais que doação material, é também compartilhamento de competências”                                                                   

Quer conhecer mais um pouco da nossa rede de filantropia? Batemos um papo com Paulo Dalla Nora Macedo, economista, investidor de impacto, vice-presidente do Instituto Política Viva e confluente! Vamos à conversa.

Em poucas palavras: quem é você?
Sou um empreendedor de impacto que tem respeito por todos os outros atores – governo e sociedade civil – na construção de uma sociedade melhor.

Como você chegou ao Confluentes?
Ouvi falar do projeto e fui apresentado à Inês Mindlin Lafer [idealizadora e diretora do Confluentes]. Achei a ideia muito interessante. Ainda que eu já apoiasse outras organizações, o Confluentes para mim foi uma oportunidade de interagir com pessoas que tivessem o mesmo entendimento que eu da importância da mobilização por uma sociedade melhor.

O que é filantropia para você?
Não gosto de definir “filantropia” apenas como “doação”. Não acho que fazer filantropia seja apenas doar um excedente do que temos. Para mim essa é uma definição incompleta. Filantropia também é compartilhar competências com pessoas que ainda não tiveram oportunidade de formá-las. 

Por que doar?
Acho que essa doação para além da material, digamos assim, é especialmente importante hoje no Brasil porque o Estado se retirou muito dessa função de formar pessoas. Então é fundamental apoiarmos projetos que permitam que isso aconteça, que façam com que as pessoas sejam capazes de desenvolver essas competências.

Que causas você considera mais urgentes?
Para mim uma causa importantíssima é a educação política. Não falo da educação formal, que também é, claro, essencial, mas de uma educação específica para criarmos consciência política na população e formarmos líderes políticos em grupos minoritários.

Antes de se tornar confluente, você já teve alguma outra experiência de engajamento social?
Em 1999 fui fazer uma especialização em Berkeley, nos Estados Unidos, onde a filantropia é muito forte. Quando voltei, propus criar na empresa em que eu trabalhava, que era da minha família, o projeto Arte e Vida, uma organização civil sem fins lucrativos voltada à educação complementar para crianças e jovens em situação de risco no Recife. A proposta era dar a eles a oportunidade de ter contato com a arte – literatura, dança, música, muita coisa da cultura de Pernambuco, que é muito forte. E pudemos ver como isso fez diferença na vida deles. Mais recentemente me envolvi também com a Escola Comum, voltada à formação e à potencialização de jovens lideranças políticas. Tem uma certa conexão com o que eu fiz lá atrás no projeto Arte e Vida, só que, em vez da arte, buscamos oportunidades por meio da política.

O que mudou em sua vida desde que você se tornou confluente?
Adquiri uma capacidade maior de articulação e tive oportunidade de conhecer outros projetos, ter novas ideias.

O que você diria para alguém que está pensando em começar a doar e a se engajar socialmente, mas não sabe bem como começar?
O passo inicial é ter muita clareza de qual é a causa que mais importa para você. A causa com que você mais pode colaborar, independentemente da doação financeira. Onde você pode agregar mais valor. Para mim isso é fundamental, acho que é por aí que devemos começar.

Como é o Brasil dos seus sonhos?
Um país com oportunidades menos desiguais.

Ser confluente é…
… é acreditar que é possível que o Brasil tenha um futuro diferente.

Você leu recentemente algum livro ou assistiu a algum filme ou série que gostaria de recomendar aos outros confluentes e parceiros?
Um filme de 1998 que revi recentemente foi Central do Brasil, do Walter Salles. Ele mostra um Brasil real com muita sensibilidade. A personagem da Fernanda Montenegro escrevendo cartas na estação de trem para pessoas que não sabem ler e escrever me tocou profundamente na época e, agora, me tocou novamente.

Seja Confluente

Últimos posts